BRASÍLIA - Relatório do Ministério Público da Suíça
mostra que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) teve que apresentar
explicações ao banco Julius Baer sobre a suposta venda de uma casa dele no Rio
de Janeiro para Juan Maria Abadia, um dos chefes do tráfico de cocaína na
Colômbia. Os documentos, que deram origem a abertura do segundo inquérito
contra o deputado, indicam que tratou do assunto numa visita ao escritório do
banco em Genebra em junho 2002. Abadia foi preso no Brasil e extraditado para
os Estados Unidos.
"Nosso cliente foi acusado de vender uma casa
para um narcotraficante no Brasil. A acusação vem de um rival", escreveu
um dos responsáveis pela Orion SP, uma das quatro contas abertas por Eduardo
Cunha e pela mulher, a jornalista Cláudia Cruz, no Julius Baer, na Suíça.
Segundo o texto, as acusações tiveram motivação política e não foram
comprovadas. No dossiê do banco constam uma reportagem da "Agência
Estado" da época sobre a venda da casa de Cunha e cópia de uma retratação
de Sergio Antônio Alambert, advogado de Abadia.
Na matéria, intitulada "Deputado do Rio teria
vendido casa de luxo para Abadia", o autor diz que a casa, na Costa Verde
Fluminense, tem piscina, deck privativo e teria sido vendida por R$ 800 mil. A
denúncia sobre o negócio partiu da deputada estadual Cidinha Campos (PDT) e
tinha como base informação de Alambert. Em declaração apresentada na 1ª Vara
Criminal do Fórum Regional de Santana, São Paulo.
"O notificado não afirmou, confirmou, por puro
equívoco, após ser indagado insistentemente pela deputada Cidinha Campos, que
Cunha, o deputado, havia participado da negociação envolvendo o imóvel
referido. Logo equivocou-se nesta confirmação e por ela se retrata", disse
o advogado em 11 de dezembro de 2007.
O GLOBO
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