Minutos antes do início da sessão da comissão especial do
impeachment, deputados de oposição e de governo se desentenderam sobre a fila
para registro de presença na manhã desta segunda-feira, 11. Houve tensão entre
os deputados Carlos Marun (PMDB-MS) e Vitor Valim (PMDB-CE), que votam a favor
do impeachment, e os governistas Orlando Silva (PcdoB-SP) e Hildo Rocha
(PMDB-MA).
A discussão começou quando Rocha anunciou que registraria
presença no painel e reclamou que não havia combinação para lista de ordem de
chegada antes da abertura do sistema. "Mudaram a regra sem combinar
comigo", disse Rocha, que chegou às 9h21. Valim rebateu e disse que era o
terceiro da fila, uma vez que chegara às 7h30. Orlando Silva entrou na
discussão em defesa de Rocha.
Ao ser informado da polêmica
em torno da fila, Marun reclamou que pegou avião de madrugada para estar cedo
em Brasília e acusou os governistas de não respeitarem a fila. "Você não
tem ética, por isso estão quebrando o País. Vocês são furão de fila. Comunista
que é golpista", disse Marun aos gritos. "Sou comunista graças a
Deus. Você será derrotado, Marun. No grito não", respondeu Orlando Silva.
A preocupação da oposição e
do governo é garantir hoje que, em caso de falta de algum membro titular, seu
suplente tenha o voto validado. Pela regra anunciada na semana passada pelo
presidente do colegiado, Rogério Rosso (PSD-DF), será computado o voto do
suplente do bloco partidário que registrar presença primeiro.
Um dos que faltarão à sessão
de hoje é o deputado Washington Reis (PMDB-RJ) - que integra o grupo dos oito
parlamentares que se declaram indecisos. O deputado está internado com a gripe
H1N1 e ontem dizia que em seu lugar votaria Marx Beltrão (PMDB-AL), mas o
deputado não chegou cedo.
Por ter chegado às 6h40,
votará no lugar de Reis o suplente Laudívio Carvalho (SD-MG), o primeiro a
chegar na sala da comissão.
A expectativa é de que o
relatório seja lido na primeira sessão plenária após a votação na comissão.
Depois de lido, ele será publicado, o que deve ocorrer quarta-feira (13), dando
início ao prazo de 48 horas para que seja votado pela plenária. Com isso, as
discussões serão iniciadas sexta-feira, dia 15, e a previsão é de que a votação
seja concluída no domingo, dia 17.
O presidente da Câmara,
Eduardo Cunha, disse que a discussão tenderá a ser lenta: “O impeachment do
Collor foi feito em dois dias. São 513 parlamentares, o que pode resultar em
oito horas de votação. Prevejo, no mínimo, três dias de sessão. Não quer dizer
que vá acabar no domingo. Pode acabar na segunda. Isso já aconteceu várias
vezes na Casa”
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